A medalhista olímpica e campeã mundial de Atletismo Verônica Hipólito iniciou no esporte, aos 11 anos, em 2008 no Aramaçan, com os técnicos Waldemar Nakauê e Anede. Durante os três primeiros anos, competiu pelo clube nas categorias juvenis, até sofrer um AVC no final de 2011, aos 15 anos. “O lado direito do meu corpo ficou paralisado e parei de praticar esporte por seis meses”, relembrou.
Após a recuperação do AVC, o técnico do SESI – SP, Daniel Biscola convidou Hipólito para um teste em junho de 2012, quando foi aprovada para a equipe de alto rendimento. Ao observar os treinamentos, Daniel, que é especializado em esporte adaptado, percebeu a dificuldade de movimentação como sequela do AVC. “A partir deste momento, resolvemos fazer a classificação para a equipe paraolímpica.
A velocista passou por diversos exames, realizados por uma bancada composta por um avaliador físico, um médico e um fisioterapeuta. Após a avaliação, a atleta foi liberada para as competições.
“Sou extremamente agradecia ao Daniel Biscola por ter me acolhido na equipe do SESI e pela dedicação que teve comigo. Agradeço também aos professores Waldemar e Anede, meus primeiros incentivadores”, disse.
Em 2013, Verônica se tornou campeã mundial ao vencer a prova 200 metros classe T38 no Campeonato Mundial de Paralímpico em Lyon, na França. Na ocasião também conquistou a prova dos 100 metros T38.
Hipólito venceu três provas no Berlin Open IPC Athletics Grand Prix 2014. A atleta trouxe a medalha de ouro nos 100 metros, nos 200 metros, e nos 400 metros (T38). A velocista também teve a oportunidade de voltar a disputar os 100 metros contra sua principal adversária, a britânica Sophie Hahn, com quem promoveu grandes duelos no mundial de 2013, em Lyon na França. Na ocasião, Hahn venceu os 100 metros e Hipólito os 200 metros.
Nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto em 2015, três medalhas de ouro; 100 metros, 200 metros, 400 metros e mais a prata no Salto em Distância (T38).
Competindo em casa, nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016, mesmo em tratamento, conquistou a medalha de prata nos 100 metros e o bronze nos 400 metros (T38).
Em 2019 Verônica Hipólito mudou para a classe T37 e conquistou mais três medalhas de prata nos Jogos Parapan-Americanos, a nos 200 metros, nos 100 metros e no Revezamento 4 x 100 Universal Misto no Parapan-Americano de Lima, Peru. Na ocasião a atleta comemorou muito as conquistas: “Isso aqui é o meu ouro. Eu não estava andando, eu não consegui treinar para essa prova, eu não devia nem estar aqui no Parapan. Isso aqui é tudo nosso. Nossa bandeira, nossa medalha. Várias vezes achei que não ia conseguir voltar. Chorei demais. Muita dor. Mas tenho muita gente que está comigo, principalmente meus pais. Na cama do hospital e no alto do pódio. Lembro de cada nome de vocês. Prata de ouro”, disse a atleta ao SporTV 2, ao de descer do pódio com a medalha de prata no peito na capital peruana. Verônica revelou ainda que não conseguiu treinar o suficiente para a competição. Eu sabia que minha chance de pódio era quase nula. Então meu plano foi simples, sair forte e continuar forte. Ter meus pais no estádio foi um grande incentivo. Quando você está com quem você ama, não tem nada que te deixe nervosa”.
No fim de 2019, lançou o Time Naurú, uma equipe de atletismo para disputar as competições organizadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, CPB. Além de competir, Verônica é a principal gestora da equipe, que com renomados atletas paralímpicos brasileiros, como:
Felipe Gomes, Gabriela Mendonça, Washington Junior, Viviane Ferreira Soares, Fabrício Junior Barros e Davi Wilker de Souza.
Em 2021, nossa campeã foi contratada como comentarista das provas de atletismo pelos canais Sportv, durante os Jogos Paraolímpicos de Tóquio. Seu carisma e espontaneidade fizeram dela um dos destaques das transmissões.
Parabéns Verônica por sua trajetória de conquistas!!!
Texto/Edição: Peter Suzano
Foto: Peter Suzano